segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Moléculas

Desfaziam-se os diversos chãos de minha obsessão, baseada em histórias que nunca ocorriam e que, incapazes de buscar um teto concreto, explodiam-se em pó, resumindo-se a nada. O que um dia foi ilusão, agora seria desilusão.
Como moléculas que nunca se juntavam, de tão distintas que eram, pondo-se lado a lado não se colavam. Como dois destinos que jamais se encaixam, ou olhos que, por mais que se encarem eternamente, nunca se encontram; corpos que, independente de quantas vezes se encostem, são incapazes de sentir o outro. Como a vasta distância que separa, mas que une. Minha razão dissipou-se com o mesmo ar que respiro, e que um dia virá também a fugir de mim.
Era tudo uma mentira. Eram as minhas especulações. Era uma dimensão fantasiosa, com alguém que não era eu, porque aproximava-se da perfeição. Nada seria perfeito, nesse mundo real. As nossas essências não se comunicam. Eu achei que poderia amar alguém, mas pouco sei diferenciar amor de dor. As moléculas se desfizeram. A minha idealização, em um universo bem distante deste aqui, rachou. Rompeu. Eu não pertenço a você. Tampouco pertenço a mim. Ansiaria mesmo é ir para o mundo perfeito que eu vi, que enxergo todos os dias antes de dormir, em alguma realidade qualquer.

Um comentário:

  1. Na primeira vez em que li esse seu "Moléculas", pensei "Isso é bom pacas...", mas não entendi muito bem.
    Hoje, tornando a ele, tenho só uma coisa a dizer, e essa coisa é, que sim, eu concordo com o que nele está escrito, e que mesmo que não concordasse o tanto quanto eu concordo, ainda assim concordaria um pouco e eu normalmente não concordo com nada.
    Te digo e volto a repetir aquilo que eu sempre digo e... você já sabe o que é!

    Beijos V.

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